domingo, 8 de março de 2020

Viagem ao Ceará - Dia 12

Dia 12 e último! Ufa! Hoje a nave quebrou três recordes: de velocidade, de distância e de dias sem atolamento. Cheguei a incríveis 177 e percorri mais de 600km no dia. O destino? Só poderia me despedir do Ceará dignamente se fosse para Jericoacara... A estrada CE-085 está duplicada e quase no nível da estrada para Canoa Quebrada. Só que o que é bom dura pouco. Tem um trecho para Jeri que o GPS até marca como congestionamento do tanto que tem buraco. GPS você acertou mísera! É congestionamento de buracos! Chegando em Jijoca que é ponto de partida para quem quer chegar em Jeri peguei a estrada para Jeri via Jijoca. O trecho ia bem até chegar na lagoa do Paraíso. A partir de lá começava o trecho de dunas e pequenas poças. Desde o início da trilha estava sendo seguido por uma moto. Então parei o carro e o cara se identificou como guia. Que guia o quê meu? Eu sou roots e quebrado! O preço? 70 bozos.. Não, por 70 bozos eu encho meu pequeno cooler 2 vezes! O cara ainda teve o disparate de falar que se eu encalhasse o preço dobraria. E ele não desistiu... Me acompanhou toda a trilha como se fosse um urubu esperando sua carniça. Quando cheguei na lagoa Paraíso dei uma disfarçada e fiz que estava fotografando a paisagem. Aproveitei para esvaziar os pneus. Quando passou uma caminhonete daquelas que levavam grupo eu a segui. E fiz isso todo o trecho da trilha. Como a caminhonete era aberta o povo ficava vibrando quando eu enfrentava as pequenas poças e as dunas. Cheguei quase sem nenhum revés em Jericoacara. Aí o urubu disparou: - Vou ganhar dinheiro de você de qualquer forma, você deixou cair a sua placa lá atrás. Então ele disse que voltaria lá para pegar a placa. E eu perguntei quanto sairia esse resgate. E ele me disse: 120 bozos... Só falei para ele mermão por esse preço tu pode ficar com a placa para você. Mais tarde entrou em contato e disse que iria deixar a placa em uma borracharia no inicio de Jijoca e não precisaria pagar nada.. Então tá então né? Paguei as taxas para entrar no parque e o estacionamento. Aí o Uber de lá... que nada abestado é só uma caminhonete aberta estilo pau-de-arara. Me levaram até perto da praia. A paisagem é de cair o queixo! Realmente Jeri é uma das praias mais bonitas que já vi na minha vida! Achei uma barraca para me estabelecer. Lá perguntei como se chegava na famosa Pedra Furada. O bicho falou logo ali... uns 4 quilômetros... massa... o problema? Um morro de areia colossal! Beleza... estou de férias... então partiu aventura! Peguei água e os apetrechos e parti para a trilha. Espertão descolado resolveu ir sem sandália... Já sabem a consequência disso né? Estou com os pés esfolados... Trilha dos infernos! Mas o visual é do outro mundo... tirei fotos mara... Fiquei mais um tempo na barraca então decidi ir embora já ia dando quatro horas, tinha o caminho pelas dunas e poças e não poderia fazer isso à noite. Chamei o uber e ele demorou uns 45 minutos... acho que o pessoal de lá "esquece" a gente. Liguei várias vezes. Pegando o carro decidi fazer o mesmo esquema, ou seja, esperar um "batedor" e ir seguindo ele. Na saída do estacionamento, novamente, os guias se ofereceram. Eu disse que não precisava. Quando estava saindo um deles disse que apenas pegaria uma carona. Beleza então... Peguei o rapaz e ele me foi indicando o caminho. E era um caminho muito melhor: o caminho por Preá da Cruz. De quebra na volta ainda tive acesso a um visual bem melhor. Além das lagoas enormes, temos a visão do mar pois a trilha é beirando o mar. No caminho ainda encontrei a famosa "árvore preguiçosa", show! O rapaz ainda calibrou os meus pneus. Para não deixar em branco falei que daria para ele tudo o que não desse para levar como bagagem de mão. No meu estoque havia ainda: 3 vodkas sendo 1 ainda com o lacre, umas 8 Bohemia lata que enjoei e ainda 1 itaipava long-neck. O rapaz ficou feliz da vida... Hoje alguém vai ficar alcoolizado graças a mim. Parti então em busca da placa perdida voltando quase todo o caminho para Jijoca, quem disse que achei a tal borracharia? E o guia urubu não atendia o telefone. Prevenido havia pego uma placa lá no estacionamento em Jeri. Já viram como é comum essas placas se perderem né? Parei em um mercado e um senhor gentil me emprestou a ferramenta. Assim coloquei a placa "clonada" de alguém. Era só para ter uma placa e não ser parado por causa disso. Se me parassem contaria a história. O caminho de volta foi tranquilo, exceto nos 100 km finais, estava sonado e exausto pela subida no "morro". Precisei me dar várias tapas na cara e jogar água na cabeça para poder acordar. Não tinha jeito tinha que voltar à Fortaleza para pegar meu vôo de volta. Então redobrei a atenção e consegui chegar. Decidi me despedir do Bar da Praia. Comi uma picanha deliciosa. De lá iria novamente ao Dragão do Mar, mas o garçom me preveniu que não haveria nenhum movimento lá. O que fazer em uma segunda-feira Chapolim? Claro... ir ao Piratas! A segunda-feira mais insana do Mundo! Sim, é o slogan ou título que conseguiram. Realmente o lugar é campeão! Entrada a 60 bozos para uma estrutura show de bola. Palco com música ao vivo e cantores e músicas para agitar a galera. Lá enquanto estava fumando uma bela morena sentou sozinha na mesa ao lado. Então pensei: por que não? Puxei papo com ela e lance estava fluindo quando, de novo amigos gays interromperam nossa conversa... Quem me conhece sabe que não tenho nenhum preconceito em relação a gays, mas porra, parem de atrasar o meu lado suas pestes! A menina já estava entrando na conversa do meninão... Fiquei só curtindo lá cronometrando o tempo para a devolução do carro e embarque. Usei cada último minuto. Devolvi o carro em cima da hora. Expliquei todo o estrago que havia feito à minha agora ex-nave: a placa, os socos dados por um fdp qualquer na tampa do porta-malas, uma lateral riscada pela vegetação e a grade dianteira de tanto passar em local baixo como dunas. O fato engraçado aqui é que a placa que coloquei também pertencia a um carro da locadora! Santas coincidências Batman.... Corri que nem um desesperado para pegar o avião. Acabei trazendo uma mala de coisas, tentei despachar, mas babau! Não dava mais tempo. Na hora da revista me pararam porque diziam que havia algo proibido na bagagem. Fuçaram tudo mais não acharam nada. Pensando agora sobre o caso eu acho o que pode ter sido: o isqueiro! O avião só estava me esperando. A sorte foi que fiz check in pela internet antes. Os comissários me ajudaram a ajeitar a enorme sacola, a que eu já havia trazido, a mochila e o cooler! Sim, trouxe um cooler para Brasília ainda com as cervejas que havia comprado para passar o dia em Jeri. Estava tão cansado que dormi e só acordei com a mensagem do procedimento de aterrissagem. Meus amigos voltei e já podem me chamar para os agitos...

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